Abracei uma borboleta com o meu canto do olho
E me despi da minha realidade.
Penso que sei o que você quer pensar
Nas entranhas do meu corpo.
Abracei uma borboleta com o meu canto do olho
E me pintei de sonhos.
Vejo que sei o que você quer ver
Nas entranhas de meu sorriso.
Abracei meus sonhos
Destruí minha realidade.
E insano, comi você!
Com o fundo dos meus olhos.
Em caminhos obedientes
De perversas realidades.
Com ventos constantes
De eternas tempestades.
Vivi.
Momentos de prazer
Na carne e em minh'alma.
Pele bronzeada
Pelos finos
Oxigenados.
Contato
Calafrio
Palidez fetal.
Sonhei com você
Queria casar,
Com você.
Hoje.
Então...
Debrucei-me sobre a janela aberta.
E me masturbei pela primeira vez.
Olhando para você
Corpo de sonhos...
Gozei.
Marco Mendes di Siervuli Bicas, 27-04-2016
Conscientizado hoje de toda uma importância das faturas da vida, me trás à memória, então com doze anos de idade, vivendo na tranqüila e provinciana cidade de Lavras, sul de Minas, evidentemente com os meus pais e toda a árvore genealógica da família.
Dividi um dia de sabedoria com o Astronauta, quando cheguei do grupo escolar e sem medo e vento, com minha hidrocor de última geração e com um deleite total escrevi em uma das portas da casa de meu Pai: SOU EXCEDENTE.
Para que fiz, mais que de repente como uma montanha de terra caindo sobre a minha cabeça, toda a família caiu de pau em cima de mim. Eu sem saber como proceder escutei e sem opção deferi em favor deles e comecei a apagar a tão repudiada frase.
E me lembro, oh! Caneta danada de boa, com tinta que pinta, quero dizer escreve, e não apaga; acabei apanhando.
Que coisa! Trinta anos depois esse dia de sabedoria vira Arte.
Nada como um dia após o outro!
Sou excedente.
Bye-bye.
OBS:
Essa instalação foi montada pela primeira vez em 2005 e o texto é de 1996.
O Grupo Escolar é o Álvaro Botelho.